sexta-feira, 15 de maio de 2015

Tema Artes

Criança supera síndrome rara e expõe pinturas feitas com boca: 'Sou artista'
Luisa Hage, de quatro anos, tem síndrome que deixa articulações rígidas.
Em Salvador, já expôs e vendeu 40 quadros: 'Maravilhoso tudo que ela faz'.

Aos quatro anos e com artrogripose múltipla congênita, síndrome caracterizada por contraturas de várias articulações e rigidez de tecidos, a pequena Luisa Hage ultrapassa as limitações impostas pela doença com disposição transformada em arte. O desenvolvimento da habilidade da pintura durante o tratamento já rendeu a ela, inclusive, uma exposição com todos os quadros vendidos.

"Ela tem autoestima muito boa. Ela diz que é linda, é muito para frente, muito alegre, sempre para cima", comemora a avó Ivanete Vieira, com quem Luisa mora no bairro de Boa Vista de São Caetano, em Salvador. "Eu sou linda, eu sou artista", celebra a pequena pintora.
Embora a doença impossibilite que Luisa ande e que faça as pinturas com as próprias mãos, ela não deixa de realizar qualquer atividade. Além de pintar, ela vai a escola, desenha, brinca de boneca, se diverte com o tablet do avô, passa maquiagem sozinha e, agora, quer ser bailarina.

"Ela já me perguntou o que tinha [a síndrome], por que tinha, mas eu expliquei e ela entendeu. Ela tem muita facilidade em aprender tudo. Ela sabe número de celular de todo mundo de casa, sabe o nome de 30 animais em inglês, das cores", conta orgulhosa a avó.

Do tratamento à arte
Segundo conta a avó, Luisa desenvolveu a habilidade com a pintura ainda quando tinha um ano e meio. "Um dia, ela foi participar de uma dinâmica e quando a psicóloga deu as tintas e os pincéis, ela foi a única que 'mergulhou' na tinta. Então, a psicóloga disse que era para a gente investir porque já se percebia a habilidade que ela tinha para pintura", recorda Ivanete Vieira.

Ao longo dos anos, os quadros foram se acumulando em casa, até que um amigo da família sugeriu que fosse feita uma exposição. O evento foi realizado em janeiro e, na ocasião, todas 40 pinturas feitas por Luisa, com preços entre R$ 10 e R$ 25, foram vendidas.

Segundo a geneticista Katia Coelho, a artrogripose múltipla congênita é raramente detectada antes do nascimento da criança. “É uma síndrome rara, em que ela tem contratura nas articulações desde o nascimento. É difícil identificar, geralmente acontece somente no nascimento. Ela tem as articulações rígidas e dificuldade nos movimentos. Além disso, as crianças que têm esse tipo de fraqueza muscular tem diminuição da força", explica.

Katia Coelho afirma que durante o tratamento é importante identificar quais habilidades a paciente poderá desenvolver mesmo com a doença. "Luisa não fez cirurgia, não tem outra patologia, é uma menina saudável, que não apresenta nenhuma complicação. Ela tem as alterações comuns da infância. É preciso, então, identificar quais habilidades a capacidade motora dela será capaz de realizar. Como ela é uma criança de quatro anos, o tratamento vai se estabelecendo à medida que ela se desenvolve", relata.

A pediatra Sueli Fernandes, que também acompanha a menina, conta que a tanto família da garota quanto a equipe médica devem incentivar o desenvolvimento. "A pintura partiu do interesse da própria Luisa. O que nós fazemos é facilitar com que ela desenvolva isso. É uma criança que tem habilidade com os pés, com a boca e foi aperfeiçoando essa capacidade".

Para a psicóloga Maíra Dayube é fundamental que a família não limite as atividades da criança, a insira na comunidade e permita que ela interaja com outras pessoas. "A gente orienta que sejam trabalhadas as possibilidades dela, que não fique somente nas limitações. Ela tem que ser vista de uma forma natural, que possa viver de uma forma como alguém capaz", completa a psicóloga.






Por que ser professor?

“A maioria dos professores escolhe essa carreira porque quer ajudar outros. [Ser professor] é aceitar o desafio de fazer a diferença na vida das crianças.” — Teachers, Schools, and Society (Professores, Escolas e a Sociedade).

EMBORA alguns professores pareçam se dar muito bem na profissão, lecionar tem os seus muitos desafios — classes numerosas, lidar com muita papelada, burocracia rígida, alunos apáticos e salário inadequado. Pedro, professor em Madri, Espanha, diz: “Ser professor não é nada fácil. Exige muita abnegação. Mas, apesar das dificuldades, ainda acho que o magistério é mais gratificante do que um emprego no mundo dos negócios.”

O desafio pode ser gigantesco em escolas das grandes cidades, na maioria dos países. Drogas, crime, promiscuidade e, às vezes, indiferença parental, afetam bastante o ambiente e a disciplina na escola. A rebeldia é comum. Assim sendo, o que leva muitos profissionais qualificados a escolher essa profissão?

Leemarys e Diana são professoras em Nova York. Elas trabalham com crianças na faixa etária que vai desde a pré-escola até os dez anos. Ambas são bilíngües (inglês/espanhol) e lidam principalmente com crianças hispânicas. Perguntamos . . .

O que motiva o professor?
Leemarys: “O que me motiva? O amor pelas crianças. Eu sei que, para algumas crianças, sou a única pessoa que as incentiva.”

Diana: “Eu dei aulas de reforço para meu sobrinho de oito anos, que estava tendo dificuldades na escola, principalmente com leitura. Fiquei muito feliz quando ele e mais alguns outros conseguiram aprender. Foi assim que decidi lecionar e larguei meu emprego no banco.”

Despertai! fez a mesma pergunta a professores em diversos países, e apresentamos a seguir algumas das respostas obtidas.

Giuliano, da Itália, 40 e poucos anos: “Decidi ser professor porque essa era uma profissão que me fascinava desde quando estava na escola (à direita). Para mim, era uma carreira criativa e estimulante. Meu entusiasmo inicial me ajudou a superar as dificuldades que tive no início da carreira.”

Nick, de Nova Gales do Sul, Austrália: “O mercado de trabalho na minha área de química era bem restrito, mas havia muitas oportunidades na área da educação. Depois descobri que gosto de ensinar, e os alunos também parecem gostar das minhas aulas.”

Muitos decidiram seguir essa carreira inspirados no exemplo dos pais. William, do Quênia, diz: “Quem me influenciou muito na escolha de minha carreira foi meu pai, que era professor em 1952. O que me ajuda a não desistir da profissão é saber que estou moldando a mente dos jovens.”

Rosemary, também do Quênia: “Eu sempre quis ajudar pessoas carentes. Então pensei em ser enfermeira ou professora. A proposta para lecionar veio primeiro. O fato de eu ser mãe aumentou meu amor pela profissão.”

Berthold, de Düren, Alemanha, tinha uma motivação diferente: “Minha esposa me convenceu de que eu daria um bom professor.” E ela estava certa. Ele acrescentou: “Ensinar é muito gratificante. O professor tem de estar convencido do valor da educação e também se interessar pelos jovens. Caso contrário, ele jamais será um professor competente, bem-sucedido, motivado e satisfeito com a profissão.”

Masahiro, da cidade de Nakatsu, Japão: “O que me motivou a escolher essa profissão foi ter tido um excelente professor no ensino médio. Ele gostava muito de ensinar. E o principal motivo de ter continuado na minha profissão é que gosto muito de crianças.”

Yoshiya, 54 anos, também do Japão, tinha um emprego com bom salário numa fábrica, mas se sentia escravizado pelo trabalho e achava massacrante ter de pegar condução diariamente. “Um dia pensei: ‘Até quando vou continuar nesta vida?’ Decidi procurar um emprego em que pudesse lidar mais com gente do que com coisas. Não há nada que se compare ao magistério. Você trabalha com jovens. É muito humano.”

Valentina, de São Petersburgo, Rússia, também gosta desse aspecto do seu trabalho. Ela disse: “Eu escolhi essa carreira. Sou professora do ensino fundamental já por 37 anos. Gosto de lidar com crianças, especialmente crianças pequenas. Eu amo meu trabalho e é por isso que ainda não me aposentei.”

William Ayers, ele mesmo educador, escreveu: “As pessoas são atraídas ao magistério porque amam as crianças e os jovens, ou porque gostam de estar com eles, de vê-los desabrochar e se desenvolver, tornando-se mais capazes, mais competentes e mais atuantes no mundo. . . . O professor . . . dá de si mesmo para beneficiar outros. Eu ensino na esperança de tornar o mundo um lugar melhor.”

Como vemos, apesar das dificuldades e dos obstáculos enfrentados pelos professores, milhares de homens e mulheres se sentem atraídos a essa profissão. Quais são alguns dos principais desafios enfrentados por eles? O artigo que se segue responderá a essa pergunta.

[Quadro na página 6]

Como comunicar-se com os pais de alunos

✔ Conheça os pais. Isso não é desperdício de tempo. Trata-se de um investimento de tempo que beneficiará a ambas as partes. É sua oportunidade de estabelecer boas relações com aqueles que poderão vir a ser seus melhores colaboradores.

✔ Fale no mesmo nível dos pais — não tenha um ar de superioridade. Evite usar a linguagem do professorado.

✔ Ao falar sobre os jovens, saliente os pontos positivos. Elogios funcionam mais do que críticas. Explique o que os pais podem fazer para ajudar o filho a se sair bem nos estudos.

✔ Permita que os pais se expressem e ouça com atenção o que eles têm a dizer.

✔ Procure compreender o ambiente doméstico da criança. Se possível, visite a casa.




✔ Combine um dia para a próxima conversa. O acompanhamento é importante. Mostra que seu interesse é genuíno. — Baseado em Teaching in America (O Ensino nos

Rayssa Oliveira de Souza- RA 6814006106